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Festival do Teatro Brasileiro retorna ao Rio

Quando:
03/05 - 16:00 h   a   26/05 - 20:00 h
Local:
Teatro Poeira - Botafogo
22ª edição do Festival do Teatro Brasileiro

De volta ao Rio de Janeiro após oito anos, o Festival do Teatro Brasileiro ocupa os Teatros Poeira e Poeirinha com 12 espetáculos.

Retornando ao Rio de Janeiro após oito anos, o Festival do Teatro Brasileiro ocupa, de 3 a 26 de maio, os Teatros Poeira e Poeirinha com 12 espetáculos de teatro, circo, dança e teatro para bebês de companhias e artistas do Distrito Federal. O festival traz também DJs da capital federal, que se apresentam nas quintas-feiras de maio no Quartinho Bar, além de realizar ações educativas reunindo 600 alunos da rede pública de ensino, que irão ao teatro para assistir e discutir uma obra. Além disso, o festival promove rodadas de negócios entre produtores culturais. O projeto é realizado pela Alecrim BR Produções Artísticas com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.

Criado em 1999 pelo produtor Sergio Bacelar, gestor do projeto ao lado do diretor artístico Guilherme Filho, o FTB é um projeto singular no país. Pois esse festival é nômade e cada edição acontece em uma unidade da federação. Isso possibilita trocas artísticas com outro estado, com ações para além da apreciação de espetáculos, voltadas também à formação de novos públicos, qualificação profissional, democratização e inclusão.

Festival do Teatro Brasileiro

O Festival do Teatro Brasileiro foi criado em 1999

O projeto, ao longo das suas 21 edições, sistematiza um novo modelo de circulação, aproximação e celebração cultural, contabilizando 632 apresentações de 200 espetáculos, com público superior a 261 mil espectadores em 17 estados brasileiros, do Acre ao Rio Grande do Sul. Um total de 46.100 crianças e jovens da rede pública de ensino já participaram, gratuitamente, dos programas educativos e cerca de 2.240 profissionais e graduandos frequentaram as oficinas e residência. Ao todo, foram gerados mais de 3 mil empregos diretos. O FTB esteve no Rio de Janeiro pela primeira vez em 2007, quando trouxe a cena mineira, e em 2016, numa edição especial durante as Olimpíadas. 

“O festival é um momento de encontro, a oportunidade de trocas. Estou muito feliz em trazer para o Rio espetáculos de Brasília. Precisamos aproximar os Brasis e nada melhor que a arte para isso”, celebra Sergio Bacelar. “O público do Rio vai ter a oportunidade de ver uma mostra do teatro feita em Brasília e creio que vai se surpreender. O Teatro para Bebês vai despertar muito interesse”, completa Guilherme Filho.   

Escolhidos pela curadoria do festival, os espetáculos representam quatro vertentes das artes cênicas – teatro para adultos, teatro para bebês, dança e circo. Haverá sessões com ferramentas de inclusão como tradução e interpretação em Libras, Libras tátil para surdos cegos e audiodescrição para cegos. 

A mostra contempla quatro espetáculos para bebês, típica e profícua produção candanga, que o público carioca terá a oportunidade de conhecer. São eles Kwat e Jaí – acalantos indígenas para bebés transporta para o palco as histórias dos povos do Alto Xingu em uma poesia visual e sonora costuradas pelas canções de ninar kamayurá; Bubuia, inspirada na obra A terceira margem do rio, de Guimarães Rosa; Voa, que traz a história de duas crianças e uma pássara; e Amana, espetáculo de dança para e com bebês de zero a três anos.

Do teatro adulto serão apresentadas quatro experiências bem distintas e abrangentes. No solo Senhora P, Adriana Lodi fala de violências contra mulheres e as multiplicidades de abusos cometidos em territórios públicos e privados. O espetáculo de sombras Memória Matriz, da Cia Lumiato Teatro de Formas Animadas, utiliza a fotografia analógica como expressão da memória, estabelecendo um vínculo entre teatro de sombras e artes visuais. A Cia Setor de Áreas Isoladas vem com dois espetáculos – Encerramento do Amor, versão brasiliense da obra ‘Clôture de l’Amour’, do francês Pascal Rambert, e A Moscou! Um Palimpsesto, baseado no clássico As Três Irmãs, do dramaturgo russo Anton Tchekhov.

O público carioca verá dois espetáculos de dança. ‘Sonâmbulo é uma obra do coreógrafo e dançarino Ramon Lima, à deriva por uma jornada física, atravessando estados de sono e vigília. O trabalho foi realizado de maneira itinerante em seis residências artísticas no Brasil e Europa. Já ‘Ekesa Sanko’ traz o bailarino angolano Dilo Paulo como um heroi que esqueceu o seu passado e resgata a conexão com os seus ancestrais para ressignificar o presente.

Os teatros Poeira e Poeirinha recebem também os espetáculos de circo adulto, 23 fragmentos desses últimos dias, fruto do encontro artístico entre o coletivo Instrumento de Ver e a francesa Maroussia Diaz Verbèke, e {Entre} Cravos & Lírios, livremente inspirado nas obras Meu Primeiro Amor, de Samuel Beckett, O Capote, de Nikolai V. Gogol e na frase “ser ou não ser, eis a questão”, de Shakespeare.

“O Festival do Teatro Brasileiro – FTB tem essa singularidade no recorte emblemático e diferenciado da produção brasiliense. Fazer parte da curadoria foi um desafio e uma responsabilidade motivadora, especialmente após tempos tão sombrios na cultura nacional. Exatamente por isso, foi um prazer fazer parte da curadoria deste festival, que visa compartilhar a produção das artes cênicas de Brasília, tão extensa e diversificada.”, afirma César Augusto, curador do Rio de Janeiro.

Nos dias 2, 9, 16 e 23 de maio o Quartinho Bar será palco dos encontros entre DJs de Brasília e do Rio de Janeiro. Pois os DJs Barata, Odara, Paula Torelly e Pezão, exatamente nesta ordem, vão tocar. Os DJs terão como anfitriões os artistas do coletivo Juntos com Certeza, a partir das 18:00 h. As matinês das quintas são famosas no Quartinho, um dos pontos de efervescência em Botafogo.

 De 20 a 25 de abril, na UNIRIO, acontece a Residência Artística Olho por olho, Dente por dente, com a coreógrafa Luciana Lara, uma investigação que une dança contemporânea e artes visuais. Luciana Lara, diretora e coreógrafa da Anti Status Quo Companhia de Dança, desenvolve trabalhos de visualidade impactante, dramaturgias críticas e pesquisa de linguagem.

A Oficina de Teatro para Bebês com Clarice Cardell acontece nos dias 02 e 03 de maio, na sala Lucília Perez, na UNIRIO. Mas a Oficina é voltada para alunos da universidade, estudantes de artes cênicas e pesquisadores interessados na experimentação artística para um diálogo com crianças de 0 a 5 anos. A carga horária de 12 horas será dividida em dois turnos de quatro horas, na quinta (manhã e tarde) e na sexta pela manhã. Clarice Cardell, fundadora, atriz e produtora da La Casa Incierta, companhia de Teatro para bebês na Espanha e no Brasil e da produtora Bebelume, realiza imersão na criação para os primeiros anos.

Adriana Lodi ministra a oficina Autobiograficções – nossas histórias que não estão contadas, um olhar sensível e ativo para as vivências e realidades pessoais femininas, nos dias 06 e 07 de maio, na Sala Lucília Perez, na UNIRIO, para alunos da universidade, estudantes de artes cênicas e pesquisadores. As atividades acontecem na segunda-feira, das 9 às 13h e das 14 às 18 horas, e na terça, das 9 às 13 horas. “Somos constituídas de histórias, imagens, memórias de violências, abusos, silenciamentos e exclusões. Como incentivar a autonomia, a sororidade e a reflexão crítica sobre mudanças em nossas próprias histórias?”, resume Adriana.

A Cia Lumiato Teatro de Formas Animadas realiza a oficina A Sombra: Princípios básicos para seu uso na cena teatral, nos dias 08, 09 e 10 de maio, das 9 às 13 horas, na UNIRIO, Sala Lucília Perez, para estudantes de artes cênicas e pesquisadores. Ministrada pela dupla fundadora da Companhia, Thiago Bresani e Soledad Garcia, a oficina apresenta os componentes básicos desse tipo de encenação: luz e sombra. Pois o objetivo principal é difundir uma linguagem que oferece imensas possibilidades para a comunicação. Uma oportunidade de conhecer os diferentes estilos de teatro de sombras, desde a tradição oriental até os nossos dias.

O Encontro entre Universidades reúne docentes da UNIRIO e do Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília para intercâmbio entre professores e alunos. A UNIRIO receberá as professoras Gisele Rodrigues e Kenia Dias, da UnB. A ação tem como perspectiva identificar interesses comuns que possam sinalizar futuras e possíveis colaborações entre as duas instituições. Gisele Rodrigues será recebida no dia 26 de abril, das 16:00 às 19:00 horas, pelos alunos da disciplina Laboratório de Corpo, da professora Joana Ribeiro. Kenia Dias, no dia 27 de abril, de 14:00 às 17:00 horas, participa de aula da professora Juliana Manhães, da disciplina Dança Moderna e Contemporânea.

Os encontros serão na Sala Nelly Laport, da Escola de Teatro da UNIRIO. O FTB é considerado um formato inovador para os festivais por criar uma forma singular de circulação, pois é construída por quem vai e quem recebe. E por deixar legados e boas lembranças. Em 2018, ganhou o prêmio Plataforma de Difusão das Artes Cênicas, concedido pela Secretaria de Estado da Cultura do Distrito Federal, e em 2019, o prêmio nacional Brasil Criativo de Artes Cênicas na categoria Festivais Que Transformam. O projeto, ao longo de seus 25 anos, sistematizou um novo modelo de circulação, aproximação e celebração cultural no território brasileiro.

Local: Teatro Poeira – Rua São João Batista – Botafogo
Datas:  03 e 26 de maio – às 20:00 h
Classificação Indicativa: Livre
Ingressos: Clique Aqui

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