Maldita mostra a tragédia dos Labdácidas, mas trazida à contemporaneidade de forma divertida nessa comédia da Escola Popular de Teatro da Baixada.
As tragédias gregas Édipo Rei, Édipo em Colono e Antígona são as consequências do destempero de Laio, que traiu a confiança do Rei de Corinto e raptou Crísipo, causando-lhe a morte. O que restou para o contemporâneo é a partir da história de Édipo e fica parecendo que a maldição era contra si. Na verdade, o rei de Corinto foi a Apolo e pediu a punição contra Laio por ter-lhe roubado a imortalidade, pois para os gregos, esta era garantida pela descendência.
Apolo, então, lança sobre Laio a maldição de ser morto por seu filho. Casado com Jocasta, ele tem um filho, a quem abandona, por intermédio de um soldado, no alto de um monte para ser morto. Ele não contava que um pastor de cabras, ao passar e ver o bebê amarrado pelos pés dele se apiede e o leve para Corinto, onde Édipo (o de pés inchados) vai crescer como príncipe.
Atualização do drama
A escola Popular de Teatro da Baixada adaptou essa história. Para isso, usou como inspiração o trabalho de grupos teatrais como Os Melhores do Mundo, Tá na Rua, Teatro oficina e Monty Python – só essas referências são capazes de nos levar para ver o resultado. Assim, a montagem explora as linguagens do melodrama e da paródia, reconstruindo as tragédias de forma bem humorada e articulando com a contemporaneidade.
“No contexto do espetáculo, um grupo de rebeldes resolve contar a história das tragédias a partir da própria perspectiva, tratando com ironia a relação entre o humano e o sagrado, escavando as tramas dos clássicos para provocar, inicialmente, reações acríticas do público, sob a premissa de rir da própria desgraça, e então desvelar os problemas desta intenção.”, explica Rohan Baruck, dramaturgo e diretor da peça.
A poderosa produção cultural da Baixada Fluminense
O projeto mostra a potência de uma nova geração de artistas baixadenses, que tocam instrumentos musicais, dançam e cantam para fazer rir, além de também celebrar a força da economia criativa, a coletividade e seus parceiros. O trabalho tem o apoio institucional do Firjan Sesi e a colaboração de Vinicius Andrade, a Organzza, vencedora do reality show RuPauls Drag Race. O projeto ainda conta com a colaboração do programa Práticas e Técnicas para as Artes Cênicas, o PTAC.
Ficha Técnica Maldita
Dramaturgia e Direção: Rohan Baruck
Interlocução Artística: Madson Vilela
Elenco: Alexandra Mendes, Douglas Bezerra, Edlane Silva, Fabi Soares, Julia Braga, Karla Muniz Ribeiro, Lucas Cruz, Marambaia, Márcio Foxx, Marcus Coutinho, Mari Silva, Maria Carolina, Matheus Marins, Rafa Domi, Rayane Souza, Rayane Zaguini, Ricardo Melchiades, Rodrigo Villas Boas, Valéria Arias, Victor Valenttim, Vivien Jamille, Ygor Rocha e Zo Monteiro
Coordenação de Direção de Arte: Higor Nery e Leandro Fazolla
Direção de Arte: Cláudia Luzia Ferreira, Débora Faria, Dani de Freitas, Gizele Alves, Higor Nery, Larissa Ferreira, Leandro Fazolla, Marcelo Sina, Pollyanna Santos, Ryan Rigueira, Rohan Baruck, Tâmisa Pereira, Thiago Serrano e Wagner Lin.
Cenotécnicos: Rafa Domi, Ricardo Melchiades, Rohan Baruck e Karla Muniz Ribeiro
Produção Musical: Camilla Monteiro, Leo Coutinho, Rayane Zaguini, Rafa Domi e Rohan Baruck
Iluminação: Rafa Domi
Fotos: Stephany Lopez
Pré-produção: Amanda Tavares e Luã Rodrigues
Produção Executiva: Gabriela Estolano, Leandro Fazolla e Stephany Lopez
Direção de Produção: Instituto Cultural Cerne e Rohan Baruck | RBaruck
Coordenação Geral: Vinicius Baião e Leandro Fazolla
Informações Maldita – uma comédia musical
Local: Teatro Firjan Sesi – Duque de Caxias
Data: 12 e 13 de Novembro • Terça e quarta – 20:00 h
Duração: 60 minutos
Gênero: Comédia Musical
Entrada Gratuita