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Como se preparar para a prova de literatura do Enem

10 Livros Que já Foram Citados em Edições Anteriores do Enem

O segredo para o candidato se dar bem na parte de literatura do Enem é aprofundar-se nos títulos consagrados que dialogam com temas sociais, culturais e históricos relevantes para o Brasil.

Na opinião do professor de Língua Portuguesa da Escola Internacional de Alphaville de Barueri, Thiago Silverio Barbosa, entender literatura é também entender o país. Isso se reflete em vários tipos de questões, especialmente na prova de linguagens e na redação.

“O Enem cobra muito além de nomes e datas. A literatura aparece na prova de maneira interdisciplinar e exige que o estudante reconheça escolas literárias, estilos de linguagem, temas e valores sociais presentes nas obras”, afirma Thiago.

No Enem, as questões relacionadas à literatura têm por objetivo avaliar a competência 5 da BNCC: analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens. Além disso, deve relacionar textos com seus contextos, mediante natureza, função, organização e estrutura das manifestações. Tudo isso, de acordo com as condições de produção e recepção. Como explica a professora de literatura da Escola Bilíngue Aubrick, Janaína Arruda, as questões trazem à tona textos em que se verifica a possibilidade das múltiplas inter relações das diversas manifestações artísticas.
 

Dicas para estudar literatura com foco no Enem

Contextualize historicamente: saiba em que época e sob quais influências a obra foi escrita;

Relacione com temas atuais: muitas questões pedem paralelos entre os dilemas antigos e os desafios contemporâneos;

Use outras mídias: vídeos explicativos, podcasts e filmes podem facilitar a compreensão de obras complexas;

Foque nos elementos principais: personagens, conflitos centrais e crítica social são os pontos mais cobrados;

Pratique leitura ativa: anote, destaque, faça mapas mentais e resumos para revisar depois.

Livros e autores e que mais caem no Enem

Vários educadores escolheram títulos que já foram citados em edições anteriores da prova e, por isso, podem cair na edição deste ano. Muitos dos livros já estão em domínio público ou foram adaptados em forma de filmes e séries. Algo importante para que os estudantes tenham um acesso mais fácil e consigam entender melhor as obras.

A Hora da Estrela – Clarice Lispector

A Hora da Estrela é um romance sobre o desamparo, lançado em 1977. A protagonista, a nordestina Macabéa, é uma mulher miserável, que mal tem consciência de existir. Depois de perder seu único elo com o mundo, uma velha tia, ela viaja para o Rio, onde aluga um quarto, se emprega como datilógrafa e gasta suas horas ouvindo a Rádio Relógio.

Apaixona-se, então, por Olímpico de Jesus, um metalúrgico nordestino, que logo a trai com uma colega de trabalho. Desesperada, Macabéa consulta uma cartomante, que lhe prevê um futuro luminoso, bem diferente do que a espera. O livro trata de um tema tradicional da literatura brasileira: o contato do imigrante nordestino com a cidade grande.
 

Capitães da Areia – Jorge Amado

O livro Capitães de Areia fala sobre a infância abandonada. Conta a história crua e comovente de meninos pobres e infratores que moram num trapiche abandonado em Salvador, vivendo à margem das convenções sociais. O livro torna o leitor íntimo dos personagens, cada um com suas carências e suas ambições: do líder Pedro Bala ao religioso Pirulito, do ressentido e cruel Sem-Pernas ao aprendiz de cafetão Gato, do sensato Professor ao rústico sertanejo Volta Seca.

Com a força envolvente da sua prosa, o ator nos aproxima desses garotos e nos contagia com seu intenso desejo de liberdade. Desde o lançamento, em 1937, Capitães da Areia causou escândalo e teve inúmeros exemplares do livro foram queimados em praça pública, por determinação do Estado Novo. Apesar desse retrocesso a narrativa não perdeu viço nem atualidade, mesmo depois de quase nove décadas .

Claro Enigma – Carlos Drummond de Andrade

Publicado em 1951, o livro Claro Enigma representa um momento especial na obra de Drummond. Com uma dicção mais clássica, o poeta revisita formas que haviam sido abandonadas pelo Modernismo (como o soneto, modalidade que fora motivo de chacota entre as novas gerações literárias). O autor afirma seu amor pela poesia de Dante e Camões e busca uma forma mais difícil, mas sem jamais abandonar o lirismo e a agudeza de sua melhor poesia.

Carlos Drummond de Andrade parece querer buscar, por meio da retomada de formas clássicas, um equilíbrio entre o passado e o presente. O amor, a morte e a memória são alguns dos temas elaborados por um homem que sempre quis fazer parte do seu próprio tempo. A obra é marcada pelo fim da Segunda Guerra Mundial e o início da Guerra Fria, em que o mundo estava marcado por incertezas sobre a nova “paz armada”.

Dom Casmurro – Machado de Assis

Publicado originalmente em 1899, o livro Dom Casmurro conta a história de Bentinho e Capitu, desde o namoro infantil até o casamento atormentado pelo ciúme e pela dúvida: Capitu traiu o marido com o melhor amigo dele, Escobar? Os fatos são narrados por Bentinho, que relembra, já velho, episódios de sua vida.

É possivelmente o romance mais estudado, comentado e discutido da nossa literatura. Apesar de um século depois do surgimento do livro, leitores e críticos se debruçam sobre suas páginas na tentativa de encontrar pistas que lancem luz sobre o insolúvel “enigma de Capitu”. O livro é ambientado no Rio de Janeiro do Segundo Reinado (1840-1889) e início da República (1899), refletindo um período de muitas transformações sociais e políticas no Brasil.

Iracema – José de Alencar

No romance Iracema o escritor José de Alencar faz uma alegoria da fundação do Ceará, resultando em uma obra essencial do indianismo. A potiguara Iracema, a “virgem dos lábios de mel”, encontra nas florestas da orla cearense o português Martim. É o início de um conturbado amor proibido que revela, com lirismo e aventura, a contradição e o embate entre civilizações.

A obra foi publicada pela primeira vem em 1865, mas a história de passa nos anos 1600, retratando a chegada dos portugueses ao Brasil. O livro trata, entre outras questões, de temas como o choque cultural entre indígenas e europeus e a relação do homem com a natureza.

Macunaíma – Mário de Andrade

Em Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, Mário de Andrade radicaliza o uso literário da linguagem oral e popular que já havia utilizado em seus livros anteriores e mistura folclore, lendas, mitos e manifestações religiosas de vários recantos do Brasil, como se fizessem parte de uma unidade nacional. Macunaíma, que ora é índio negro ora é branco, até hoje é considerado símbolo do brasileiro em vários sentidos: o do malandro esperto, amoral, que sempre consegue o que quer, e o do povo perdido diante de suas múltiplas identidades.

Nas palavras do próprio autor, “Macunaíma vive por si, porém possui um caráter que é justamente o de não ter caráter”. Publicado em 1928, a obra surge no contexto da primeira geração do modernismo, que buscava uma identidade nacional, rompendo com os padrões artísticos europeus ao valorizar a cultura popular brasileira.

Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis

Na obra, o finado Brás Cubas decide contar sua história por uma ótica bastante inusitada: em vez de começar pelo seu nascimento, sua narrativa inicia-se pelo óbito. Enquanto rememora as experiências que viveu, o defunto-autor tece uma série de reflexões sobre a vida e sobre a sociedade da época, com serenidade e bom-humor. Num primeiro momento, a prosa fragmentária e livre, misturando elegância e abuso, refinamento e humor negro, causou estranheza, inclusive entre a crítica. Com o tempo, no entanto, o defunto autor que dedica sua obra ao verme que primeiro roeu as frias carnes de seu cadáver tornou-se um dos personagens mais populares da nossa literatura.

Lançado em 1881, é considerado a transição do romantismo para o realismo. O livro Memórias Póstumas de Brás Cubas retrata o período do Brasil Império, especialmente a elite burguesa do Rio de Janeiro, marcada por mudanças sociais e ascensão de novos valores.

O Cortiço – Aluísio Azevedo

Pobreza, corrupção, injustiça e traição são elementos que integram a principal obra do naturalismo brasileiro. No livro O Cortiço, o autor denuncia as mazelas sociais enfrentadas pelos moradores de um cortiço no Rio de Janeiro no século XIX. É um romance que convida a analisar por meio da observação crítica do cotidiano das personagens a animalização do ser humano, questão que se mostra, mais do que nunca, atual. Publicado em 1890, a obra de caracteres múltiplos aborda temáticas pouco comuns para a época, como sexualidade, adultério, racismo e prostituição. A obra procura retratar a visão pessimista do período.

Quarto de Despejo – Carolina Maria de Jesus

A primeira publicação de Quarto de Despejo data de 1960, e o livro surgiu do diário da autora, tornando-se um autêntico exemplo de literatura-verdade. Retrata o cotidiano triste e cruel de uma mulher e mãe solteira que sobrevive como catadora de papel e faz de tudo para espantar a fome e criar seus filhos na favela do Canindé – SP. Em meio a um ambiente de extrema pobreza e desigualdade de classe, de gênero e de raça, o leitor depara-se com o duro dia a dia de quem não tem amanhã, mas que ainda sim resiste diante da miséria, da violência e da fome. E percebe com tristeza que, mesmo tendo sido escrito na década de 1950, o livro jamais perdeu sua atualidade. A obra retrata uma época de grande industrialização e desenvolvimento do Brasil, em contraste com a miséria e exclusão social que grande parte da população vivia.

Vidas Secas – Graciliano Ramos

Publicado pela primeira vez em 1938, Vidas Secas retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca no sertão nordestino. O pai, Fabiano, caminha pela paisagem árida da com a sua mulher, Sinha Vitória, e os dois filhos, que não têm nome, sendo chamados apenas de “filho mais velho” e “filho mais novo”. São também acompanhados pela cachorrinha da família, Baleia, cujo nome é irônico, pois a falta de comida a fez muito magra. O livro pertence à segunda fase modernista da literatura brasileira, conhecida como “regionalista” ou “romance de 30”. Denúncia fortemente as mazelas do povo brasileiro, principalmente a situação de miséria do sertão.

10 obras importantes da literatura brasileira e que estão sempre presentes nas provas do Enem.

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Cristovam Freitas

Meu nome é Cristovam Freitas. Brasileiro, meia idade, aficcionado por literatura, cinema e principalmente teatro. Tutor de caninos e felinos. Morando em Brasília, mas com o coração enterrado no Rio de Janeiro.

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