Raquel Rocha, Artista plástica goianiense leva ao Rio de Janeiro exposição que homenageia grandes mães de santo brasileiras.
A exposição destaca as trajetórias de Mãe Gilda de Ogum, Mãe Susu e diversas Yalorixás, pilares na formação e manutenção de terreiros no País. O Orum Ayê Quilombo Cultural faz um levantamento histórico de grandes mães de santo para apresentar a exposição Obirin Omi – Mulheres Água. Nela, presta-se reverência a figuras que são pilares históricos na difusão da cultura afro-brasileira.
Mariana Maia faz a curadoria e Rona Neves a produção artística. A mostra acontecerá na Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea, na Gamboa. Na abertura oficial, haverá samba dos Velhos Malandros.
“Como mulher negra e candomblecista, sinto que precisamos evidenciar o enfrentamento dessas mulheres, que resistiram em um Brasil escravocrata e racista. Elas mantiveram os terreiros vivos, e a força delas ecoa em nós hoje“, ressalta a artista.
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Resgate da memória de grandes mães de santo brasileiras
A exposição traz ao público obras da série As Matriarcas. Nela, a artista resgata a memória e o protagonismo de grandes mães de santo brasileiras. Produzidas em acrílica sobre peneiras bordadas com 16 búzios, acompanhadas de uma quartinha com água (símbolo da vida e do ancestral), as pinturas são tanto registro histórico quanto gesto de resistência.
Entre as inúmeras referências presentes na exposição estão Mãe Gilda de Ogum, vítima da intolerância religiosa e símbolo nacional da luta contra o racismo religioso. A data de seu falecimento (21 de janeiro) é estabelecida como o Dia de Luta Contra a Intolerância Religiosa. Além de Mãe Sussu, figura essencial na consolidação do Candomblé no Brasil.
“Quero mostrar essas mulheres na centralidade da formação e manutenção dos terreiros”, destaca Raquel.
Obirin Omi – Mulheres Água ressalta a resistência
Ao refletir sobre o legado dessas matriarcas, a artista ressalta que suas trajetórias não apenas sustentaram terreiros, mas também abriram caminhos de cura e resistência para as gerações seguintes.
“Essas mães criaram cursos de água de cicatrização. Criaram paisagens possíveis de resistência, de luta, de manutenção de memória. Isso dentro de um Brasil completamente escravocrata.”
Informações Exposição Obirin Omi – Mulheres Água
Local: Instituto Pretos Novos – Gamboa
Data: 12 de Setembro a 11 de Outubro – 8:00 h às 18:00 h
Ingresso: Entrada Franca